Um homem que não consegue
passar um fim de semana sem se reunir com seus amigos para beber. Uma moça que
gasta seu dinheiro descontroladamente com roupas, sapatos, bolsas e maquiagens.
A internet é acessada diariamente por um rapaz que precisa navegar por sites
pornográficos para se sentir bem. Um filho que precisa fumar maconha para
aliviar sua ansiedade. Todas as semanas, um senhor precisa jogar na loteria
para se sentir “vivo”. Uma jovem senhora que se preocupa e admira tanto a sua
beleza que se utiliza de tratamentos estéticos de preços absurdos, contanto que
permaneça bonita para se sentir feliz. Ir à academia diariamente e permanecer
por lá 6 horas seguidas malhando. O sexo virtual de cada dia (ou de cada hora).
Vícios?
Ao ler
o parágrafo acima, você pode pensar: “Mas, nem todos são vícios.”, ou “Mas, nem
todas estas atitudes são tão graves assim.” É, realmente há vícios que são mais
aceitáveis socialmente do que outros, principalmente porque alguns são mais
visíveis do que outros, mas não deixam de ser vícios, e com consequências
igualmente prejudiciais. Se o homem, a moça, o rapaz, o filho, o senhor, a
jovem senhora das histórias acima e você (será que você tem algum vício?)
apresentam atitudes diante de uma substância ou de uma situação como:
abstinência (fica irritado, ansioso, raivoso, até que consiga ter contato com
aquilo que deseja), tolerância (quanto mais usa ou faz alguma coisa, mais
precisa daquilo para alcançar o bem-estar que antes era alcançado com menos), perda
do controle quando está fazendo determinada coisa (perda do controle do tempo,
da quantidade, do gasto, etc.) e sente um desejo incontrolável diante de tal
situação, é muito provável que um vício tenha sido desenvolvido e alimentado.
E, em se tratando de vício, não há piores ou melhores. São vícios. Pode ser que
as consequências de um sejam mais vistas do que as de outro, ou que pessoas ao
seu redor sejam mais prejudicadas com um do que com outro. Mas, para a pessoa
que tem o vício, o prejuízo da prisão emocional em que se encontram é o mesmo.
Mas,
por que uma pessoa se vicia em algo? Qual é a raiz do problema? Por que se
enveredar por um caminho de atitudes descontroladas? Normalmente, os vícios são
“válvulas de escape” para uma angústia que a pessoa não consegue resolver por
enquanto. Pode ser a morte de alguém, uma separação ou conflitos conjugais, uma
dificuldade em ser ouvido dentro de casa, uma baixa autoestima que leva a uma
necessidade de autoafirmação, uma falta de afeto no âmbito familiar, enfim,
normalmente a pessoa que desenvolve um vício (qualquer que seja) está com
alguma ansiedade, alguma angústia que está tão difícil de ser encarada e
solucionada que, para aliviar-se emocionalmente, busca e encontra um meio (as
drogas, o jogo, o sexo, a cerveja, a internet, a pornografia, a compra
compulsiva, a obsessão pela beleza, etc) que traz um alívio TEMPORÁRIO para
esta angústia. Torna-se um vício porque o indivíduo entra em um ciclo vicioso –
sente a angústia – não consegue lidar com ela – procura a forma de alívio (o
“vício”) – alivia-se temporariamente – o efeito do alívio acaba – a angústia
volta – sente a angústia – não consegue lidar com ela – procura a forma de
alívio – alivia-se temporariamente – o efeito do alívio acaba, e assim por
diante.
E como
sair disto, seja lá qual vício for?
1. É
preciso que a pessoa admita que não tem controle sobre este vício. Muitas
pessoas afirmam que possuem, sim, o controle sobre aquilo que são viciadas e
que, quando desejarem, podem parar. Mas, na verdade, isto não acontece.
Portanto, é preciso admitirem que, sozinhas, não conseguirão sair disto.
2.
Procurar uma ajuda especializada de um profissional psicólogo a fim de ajudar
esta pessoa a lidar com aquela angústia que a levou a buscar o vício, a fim de
que ela não mais precise buscar alívio em coisas a fim de não ter que pensar
nisto que dói emocionalmente e que ela não consegue lidar AINDA. Pensar vai
doer, mas vai curar. O profissional também poderá ajudá-la a lidar com a
ansiedade que surgirá ao abster-se do vício.
3.
Afastar-se, ausentar-se ou eliminar o contato com pessoas, coisas e substâncias
que levam a pessoa a ser tentada a cair no vício novamente.
4.
Participar de grupos de ajuda mútua a fim de evitar uma recaída (há grupos como
o NA – Narcóticos Anônimos; AA – Alcoólicos Anônimos; N/A – Neuróticos
Anônimos; JA – Jogadores Anônimos; DASA – Dependentes de Amor e Sexo Anônimos,
etc).
5. Crer
que há um Deus que está sempre interessado em participar de quaisquer processos
de recuperação, seja ela física, emocional ou espiritual. Portanto, além do que
a pessoa pode fazer por ela mesma e além de uma ajuda profissional, há Alguém
que completa aquilo que é limitado a nós.
Não
tenha medo de admitir seus descontroles e suas impotências. Quanto mais
entramos em contato com elas, mais perto estamos da cura emocional.
Fonte: Novo Tempo - Lugar de Paz

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