O Senhor, porém, está no Seu santo templo; cale-se diante dEle toda a
terra. Habacuque 2:20
O mundo está cada vez mais barulhento. Mesmo em nosso lar pode haver
barulho em excesso. Os ruídos combinados dos eletrodomésticos, mais os de
cachorros latindo, gatos miando, crianças berrando (e talvez o papagaio também
resolva meter o bico na conversa), fazem com que o nível de ruído em nossa
própria casa seja muito elevado.
Nas grandes cidades a poluição sonora é ainda maior, em virtude de
buzinas, sirenes, marteletes abrindo o asfalto, motos, camelôs anunciando em
alta voz os seus produtos, e muitos outros. Mas, embora o barulho esteja muito
ligado à vida moderna e aos grandes centros, já existia também na antiguidade,
embora em menor proporção.
No primeiro século antes de Cristo, cidadãos de Roma reclamaram tanto
contra o barulho das rodas das carruagens romanas, que César proibiu o tráfego
noturno dessas carruagens. No décimo sexto século, na Inglaterra, a bondosa
rainha Elizabeth promulgou um decreto proibindo que os maridos surrassem as
esposas depois das dez horas da noite, por causa da gritaria provocada por essa
prática.
Há pessoas que não podem viver sem barulho. A solidão, o silêncio, a
meditação são insuportáveis para elas. Precisam falar com alguém, e, se não há
com quem falar, ligam o aparelho de som ou a televisão. Parece que o barulho
causa dependência, tal e qual as drogas.
Um professor conta que certa vez foi à igreja. O ambiente convidava à
meditação. Mas, de repente, os ouvintes foram sacudidos por estridentes acordes
vindos do órgão. Era o organista, que executava uma fuga de Bach em volume tão
elevado que quase pôs em fuga o auditório. Quando terminou, o orador transmitiu
sua mensagem com tal eloquência que o professor, em vez de sair da igreja
revigorado espiritualmente, saiu meio zonzo. E ficou se perguntando se a
poluição sonora teria se tornado uma parte tão integrante da sociedade moderna,
a ponto de invadir até mesmo os momentos de meditação e adoração.
Podemos nos aproximar de Deus quando os decibéis se aproximam dos níveis
de tolerância? Será que nossa espiritualidade se eleva paralelamente à elevação
do volume de som? É claro que não. Como povo que busca uma comunhão íntima com
Deus, precisamos ter períodos de calma e quietude em que possamos ouvir Sua voz
falando ao nosso coração. Procuremos encontrar hoje esses momentos para estar a
sós e em silêncio com Deus.
Fonte:
Meditação 2010 - Com a eternidade no coração.
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